Não é fácil
“Confesse suas falhas ocultas.
Aproxime-se daquilo que acha repulsivo.
Ajude aqueles que você acredita não poder ajudar.
Qualquer coisa a que você esteja fixado, deixe ir.
Vá para os locais que o assustam.”
(Conselho do professor de Machik Labdrön, iogue tibetana do século XI)
Nós fugimos o tempo todo das áreas que não dominamos, dos mundos nos quais nos sentimos desconfortáveis, dos locais que nos assustam, das situações que não podemos controlar, de tudo aquilo que evidencie nossos obstáculos e coloque em cheque nossas certezas.
Sem alguém para nos empurrar ao abismo, sem alguém para apontar ansiedades, apegos, aflições, medos, orgulhos, preguiças, sem ajuda genuína, dificilmente vamos conseguir andar melhor.
Precisamos de alguém para nos acordar naquele momento de conforto, sonolência ou desatenção que sempre nos leva a um forte sofrimento alguns meses depois? Precisamos ouvir um “Cara, olhe para sua vida, acorda! Está mesmo satisfeito com isso?”.
Precisamos. Então nada melhor do que começar a oferecer! Se somos a média das pessoas com quem mais convivemos, mais do que trocar as relações, podemos ajudar as pessoas com quem já temos contato. Assim que os outros ao nosso redor melhorarem, nós viveremos mais relaxados, destemidos, criativos, abertos, alegres. A transformação dos outros é inseparável da nossa.
Olhe bem para a vida de todos os seus amigos. Reconheça onde eles estão, suas riquezas e qualidades. Ao mesmo tempo, atente para névoas de confusão, percursos interrompidos, áreas de insatisfação, oscilações de ânimo. Visualize como ele poderia ser melhor e ajude-o a avançar, ampliar sua visão, estabilizar sua mente, ativar seu corpo, melhorar suas relações, fazer algo decente com a própria vida.
Sem julgar ou se colocar como superior, mesmo sem saber respostas e saídas, insista, diga o que precisa ser dito, arraste-o para onde ele precisa ir, coloque-o contra a parede, teste seus limites, pregue peças, pergunte.
Cutuque seus amigos a cada momento que eles não forem autênticos, que eles estiverem sendo pouco, fazendo menos, não vivendo no limite. Não compre suas justificativas, desculpas, culpas, draminhas, desvios de olhar. Não faça cafuné. Mande a real e não aceite nada menos do que uma atitude ponta firme, livre de bobagens e mediocridades.
Quando desafiamos nossos amigos, pelos menos três coisas acontecem conosco:
o interesse verdadeiro pelas vidas ao redor afrouxa nosso autocentramento,
somos forçados a ser o exemplo vivo do que falamos,
sem precisar falar, naturalmente exigimos que eles também nos desafiem com vigor, num círculo virtuoso que faz crescer a energia masculina.
Onde encontrei este texto? No site Papo de homem. http://www.papodehomem.com.br/
Comentários
Postar um comentário